Wednesday, February 14, 2007

Saudades de casa

Sentir saudades de casa não é nenhuma novidade.
Ainda que aqui seja casa, casa vai ser sempre o lugar onde eu vivi por tantos anos.
Há dias em que o turbilhão das atribuições de sempre fazem com que sobre pouco tempo pra sentir saudade. A saudade fica assim meio apertada entre a hora disso e a hora daquilo e o ruído da vida faz com que ela se fluidifique e fique menos perceptível.
Há, contudo, dias de infinito silêncio e é nesses dias que a saudade grita.
A saudade é uma dor maldita. Ela machuca fundo e o pior é saber que ela vai sempre estar ali, imbatível. Ainda que se esconda ou se mascare na correria dos dias, ela impõe sua presença e nos avisa, sem perdão, que não vai embora, não.
Há horas em que todos os que estão à volta têm caras estranhas, falam um idioma estranho, comem comidas estranhas, pensam pensamentos estranhos. Não são necessariamente desconhecidos, mas não trazem consigo a etiqueta "casa".
Hoje estou com saudades de casa. Saudades de não sentir saudade.
Saudade de gente, da minha gente, da minha casa, do meu mundo.
Ainda que ele seja um Rio de Janeiro aos pedaços.

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