Thursday, December 14, 2006

O melhor presente

Por mais que a gente queira fazer do Natal algo mais simples, acaba passando um furacão e atrapalhando um pouco a rotina.
Cookies aqui, compras ali, festa da escola, amigo oculto, quem vai passar o Natal aonde e o que vai levar, quem vem visitar e quando... enfim... roda viva!
Este ano armamos duas árvores de Natal, como no ano passado. Uma delas é artificial onde há os enfeites coloridos, os Keepsakes da Hallmark, os enfeites especiais dos personagens dos desenhos que o Nicholas mais gosta. A outra é um pinheiro natural, decorado todo de branco e dourado, com os meus enfeites mais queridos. Alguns tão pesados que a gente faz questão de sempre checar se a árvore continua em pé... Afinal, os bonitos têm que ficar do lado que a gente mais olha e se o peso ficar todo num lugar só... já era.
Nicholas fica na dele, mas está percebendo tudo que está acontecendo.
Presentes sendo embrulhados, etiquetas, listas.
De verdade o olhinho dele ainda não brilhou com essa história de Papai Noel. Vamos ver se no dia seguinte, quando ele encontrar os presentes embaixo da árvore ele se convence...
Mas uma coisa tem de especial no nosso Natal...
Embaixo da minha árvore dourada, no meio dos outros presentes cuidadosamente embrulhados e decorados, está uma caixa de papelão cheia de fita durex e desenhos por toda parte. Dentro da caixa há o único presente que o Nicholas tomou a iniciativa de fazer: o avião de papel do vovô e da vovó. Tem uma etiqueta dentro (um boneco de gengibre) dizendo pra quem é.
Ele alisa aquela caixa, sempre tentando fazer com que o presente fique melhor, ou o embrulho mais bem feito.
Fico eu olhando e pensando no que o motiva a fazer isso.
É um coraçãozinho pequenininho que já entendeu o que significa saudade.
Do jeito dele ele conta o quanto ama e se importa com aqueles dois.
Na inocência dele está o que verdadeiramente deveria estar dentro de todas as outras caixas, bem embrulhadas, com lindos presentes.
O presente do Nicholas pros avós é o que o Natal deveria significar mesmo.
Ele entendeu que é pra gente cuidar de quem se ama. E amar é assim, a gente faz do jeito que sabe, dá o que tem do jeito que quer.
Eu só não consegui descobrir ainda se o avião foi uma mera coincidência ou se ele queria dizer alguma coisa com ele. Poderia ser qualquer coisa, uma flor, um desenho qualquer... Mas não é. É um avião. Tratando-se de Nicholas, nunca se sabe!

Thursday, September 28, 2006

Mrs. Sterwald

Nicholas fala para a Mrs. Sterwald, sua professora da Pré-Escola:
“Por que você está sempre me dizendo o que fazer? Você nem é minha mãe!”

Sunday, September 17, 2006

Wednesday, August 23, 2006

Os embalos de Sábado à noite

Era sábado, hora de dormir...
Nicholas resmungando que não estava cansado.
Quatro livros mais tarde quem já estava caindo pelas tabelas era eu.
Ele olha pra mim e pergunta se no dia seguinte nós iríamos pra escola.
Eu disse que não, pois seria Domingo.
Em Inglês eu expliquei:
- It’s because today is Saturday.
- Mom, look, it’s dark outside! It cannot be Satur-Day… It’s Satur-Night!

Well, well…

Antes de dormir

Nicholas hoje à noite, antes de dormir:
Mamãe, você pode continuar a fazer carinho em mim antes que eu durma... Eu deixo. É porque eu amo você, mamãe!

Thursday, April 06, 2006

De ponto em ponto...

Oi, pessoal!Coisa boa a gente tem que divulgar.
Acabei de ler na lista Arte-Educar sobre este projeto:

www.tecendonossahistoria.org.br

Apresentação
O Projeto Tecendo Nossa História acredita e trabalha para que o ser humano reconheça suas potencialidades e permita nascer o desejo e a capacidade para planejar o próprio futuro.
Utilizamos o bordado, uma atividade presente no nosso universo cultural e materialmente possível, para criar um espaço onde as pessoas possam contar histórias, falar sobre si mesmas, expressarem-se – realizando um bordado, expondo nos desenhos e pontos sentimentos, sonhos, desejos, esperança, representações da vida real ou almejada.
A expressão associada à reflexão dá oportunidade para avaliar a vida atual e decidir sobre qual caminho se quer seguir, pois mais do que ensinar uma atividade, queremos que as pessoas acreditem nelas mesmas.
O Tecendo Nossa História nasceu em 2002 e desde então atua em parceria com entidades sociais onde nossos trabalhos possam somar aos desenvolvidos por elas. Neste caso, elaboramos um projeto, delimitamos o grupo e os aspectos específicos a serem desenvolvidos.

Visitem o site caso queiram mais informações!Adorei a idéia e senti saudade do meu tempo de menina tentando bordar com a perfeição da minha mãe (que sabe bordar tudo que alguém neste mundo puder imaginar!!!). Nunca consegui.
Aprendi ponto de cruz. Afinal, quem não aprende ponto de cruz, não é?
Brinco com as linhas hoje no Scrapbooking, onde a gente costura papel, prega botão, alinhava fotos.
Linhas são meio como tintas... é bom espalhar pra ver as nuances das cores, demorar a escolher o verde certo, o tom de azul daquele céu.
É como uma caixa de Caran d’Ache que a gente abre e sente o cheiro da madeira do lápis e fica só olhando as cores.
Cores são coisas divinas! Só olhar pra elas já faz bem!Linha também tem cheiro, tem brilho, tem textura. Tem umas que a gente compra só pra colecionar, só pra ter... mesmo que aquela cor nunca sirva pro seu projeto, é bom vê-la esparramada no chão junto com as outras!

De ponto em ponto, com cor e luz!

Beijos,Dri

Sunday, April 02, 2006

Ice Age

Hoje fui ao cinema com o Nicholas.
Fomos assistir “Ice Age 2” (A Era do Gelo).
Típico sábado à tarde no Shopping, cinemas lotados, pipoca e criança caindo pela escada... maior barulho.
Bilheterias a todo vapor.
Ice Age estava passando em mais de uma sala, com horários variados.
Quando entramos os traillers já haviam começado, o cinema estava quase-escuro, mas dava pra ver que havia poucos lugares sobrando.
O filme começou e não há como negar que é um excelente trabalho de animação.
Até aí, novidade nenhuma...
Risadas daqui, besteirada dali, o filme termina e aparece bem grandão na tela o nome do diretor: Carlos Saldanha, brasileiro sim!
Dá um gostinho bom a gente ver gente nossa bem sucedida, nosso país nas manchetes longe das notícias de corrupção, miséria ou violência.
Enfim...
Bom demais ver Brasil sendo sucesso sem ter que ser necessariamente com Carnaval ou Futebol (e eu não tenho nada contra nenhuma das duas coisas, muito pelo contrário!).
Bem... Tô só pensando alto!
http://www.eradogelo2.com.br/

Sunday, March 12, 2006

Ter três anos de idade não é tarefa simples pra um menino, principalmente se isso significar ter que dividir a mãe que é só dele com uma porção de crianças no Day Care.
Nicholas faz suas vítimas. Um dia ele empurra, outro dia ele arremessa algo pra acertar alguém, fora o mau humor quando a coisa não sai do jeito dele.
Jenna é uma menina linda, que as crianças insistem em dizer ser parecida com a Dora, The Explorer.
Sabe lá por que, mas Jenna é a vítima preferida do jovem mancebo!
Vira e mexe Nicholas apronta uma pra ela.
Depois do castigo, de ouvir meu sermão, ele pede desculpas.
Ela abre um sorriso enorme, dá um abraço nele e diz:
- He is so cute!
Enfim...
Eu não poderia deixar de eternizar a amizade destes dois numa página de Scrapbooking.
Daqui a alguns anos espero estarmos achando graça desta história.
Além do mais, eu não poderia deixar passar a oportunidade de fazer uma página rosa, com flores e babadinhos já que os álbuns do Nicholas são álbuns de menino e eu tenho que fazer jus aos trens, bolas e outras encrencas das quais ele gosta.
Nessa eu pude colocar minhas frescurinhas!
Beijo, Jenna! Você é uma gracinha!!!

Thursday, March 09, 2006

What are you thinking?

Carta a Nicholas

Escrevi esta carta ao Nicholas já faz um tempinho… Porque mencionei o fato dele ser meu presente há uns dias, achei que seria legal compartilhar a carta com vocês!

Era fevereiro, sábado, dia quinze. Ano de 2003.
Aquela manhã em Watertown havia chegado trazendo ainda mais frio. Dentro de casa e dentro do coração estava tudo bem quentinho, mas o vento cortava do lado de fora.
Dr. Estrella tinha dito que havia chegado a hora e que, de um jeito ou de outro você sairia daqui de dentro. Acordamos, colocamos nossas coisas dentro do carro e fomos para o hospital. Os pés da mamãe não cabiam mais dentro dos sapatos e, apesar da neve, foram as pantufas pretas as únicas coisas que serviram. Paramos para tomar café num restaurante da Main Street e depois seguimos viagem. Durante o caminho a paisagem era branca e eu ia olhando pra neve e pensando em você, que logo estaria nos meus braços, como um presente, como um milagre!
O sábado foi longo e, apesar das tentativas, você não quis chegar. Acho que pensou melhor e resolveu aproveitar mais um pouquinho daquele aconchego, do seu cantinho, do seu mundinho. Com certeza estava apertado, mas você não se importou e ficou por mais um tempo.
Nós dormimos.
A nova manhã chegou e, apesar de não ter espantado o frio, trouxe um sol maravilhoso, brilhante, um céu azul e uma paisagem diferente da que havia na véspera. Resolvemos diminuir o seu conforto para ver se sua preguiça iria embora e você resolveria finalmente nascer. Mamãe trabalhou duro! Foram muitas horas, muitos remédios, a ajuda das enfermeiras e do papai.
Lá do Brasil o vovô e a vovó buscavam notícias pelo telefone, ansiosos, apreensivos. Tia Re também estava nervosa e queria saber o que estava acontecendo. A família daqui telefonava, todos estavam aflitos, querendo que você chegasse.
Como demoramos muito e não progredimos demais, mamãe perdeu as forças e tivemos que tirar você de outro jeito. A cirurgia foi tranqüila e, em poucos minutos, lá estava você, Nicholas, lindo, perfeito, grandão e com muita fome.
Era noite do dia 16 de fevereiro, domingo, e o relógio marcava sete horas e vinte e dois minutos.
Lá de fora a sua amiga Lua olhava tudo e, de certa forma, sorria. Ela sabia que há muitos anos a mamãe havia pedido pra todas as estrelas cadentes para me trazerem você. A Lua não quis saber da história contada pelas estrelas. Ela veio pessoalmente recebê-lo e, brilhante, certamente o abençoou, junto com os anjos e com Papai do Céu, que era quem verdadeiramente estava regendo toda a orquestra. O rastro de prata que a Lua cheia deixava na neve irá iluminar para sempre o seu caminho.
O poeta Fernando Pessoa, lá de Portugal, com o pseudônimo de Ricardo Reis, uma vez escreveu:
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a Lua toda
Brilha, porque alta vive.

E assim como a Lua, você chegou enchendo o mundo de luz, nos tornando pessoas melhores, nos fazendo acreditar mais e mais na vida, apostando que o mundo tem jeito e passou a ser mais belo porque você está nele!

Com amor,

Sua mãe

Canção da Garoa

Em cima do meu telhado,
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.

O relógio vai bater;
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.

E chove sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...

Mario Quintana

O Dia Internacional da Mulher & A Chuva

Meu dia foi bom e verdadeiro, como um grande amigo me desejou!
Amém por isso!
Porque a temperatura subiu, ao invés de neve, tivemos chuva.
Comecei logo a reclamar – mas que mania essa da gente de reclamar do tempo, não é mesmo??? – porque a neve ia derreter, o cachorro ia patinar a minha cozinha, a lama ia agarrar no carro e ia ficar aquela gosma...
Fiz o que tinha que fazer, dei conta do que tinha que dar, Nicholas se rendeu ao sono – depois de muito brinquedo espalhado, de um pedaço de brownie que eu arrumei tempo pra fazer entre uma coisa e outra, depois de construirmos cidades enormes com blocos de madeira – eu subi com ele, contei mais uma vez a história do menino que brotava flores e deitei ao lado dele pra ficar de denguinho pra ele dormir. Quando apagamos a luz do abajur um relâmpago enorme acendeu a noite. Ele levantou, abriu a cortina e me perguntou o que era. Expliquei. Ele não teve medo, só estava mesmo curioso.
Enquanto ele me colocava pra dormir – ainda que a intenção inicial fosse o contrário – eu ouvia os pingos da chuva.
Ah, que barulhinho mais gostoso.
Tem um poema (Bandeira ou Quintana?) que fala de um anjo, de chuva... tem um barulhinho “pirulim” pra rimar com flautim que era a cara da chuva de hoje.
Barulho dela batendo no telhado, barulho da água batendo no chão já que além da chuva que caía tinha a neve que derretia nas calhas. Enfim...
Ficou aquela serenata.
Dormi.
Acordei assustada porque não tinha muita noção da hora.
Ainda era Hoje... Ainda era o nosso dia e por ele eu agradeci mais uma vez, me lembrando de pedir desculpas ao universo pela minha impaciência com a chuva. Na verdade a serenata era pra me embalar e eu não havia entendido.
Funcionou.
Ainda chove.
Todos dormem aqui em casa.
Só eu perambulo por aqui. Em compensação, só eu ainda aproveito do som da chuvinha pirulim!

Saturday, March 04, 2006

Saudades de casa

Sempre sinto saudades de casa. Muitas vezes sinto saudades do Rio. Quando vivia no Rio gostava do mar, mas não me importava com ele. Sinto saudades do mar.

Preciso, para

Preciso que um barco atravesse o mar
lá longe
para sair dessa cadeira
para esquecer esse computador
e ter olhos de sal
boca de peixe
e o vento frio batendo nas escamas.

Preciso que uma proa atravesse a carne
cá dentro
para andar sobre as águas
deitar nas ilhas e
olhar de longe esse prédio
essa sala
essa mulher sentada diante do computador
que bebe a branca luz eletrônica
e pensa no mar.

Marina Colasanti
Nicholas, brincando, me deu uma mordida de verdade.
Fiz uma cara feia e disse:
- Nem adianta dizer que foi sem querer porque eu sei que não foi. E nem adianta fazer essa cara porque eu sei que você sabe que isso não está certo.
Ele, sem piscar retrucou:
- Eu sei, mamãe. Eu mordi você de PROPÓSIMO!!!

Faz tanto tempo que eu não passo por aqui.
Os dias continuam tendo 24 horas, mas eu insisto em preenchê-las e quando eu faço isso eu sou boa em acabar com as poucas que sobravam pra eu me distrair um pouco com as minhas coisas.
Das horas que restam muitas acabam mesmo é me levando pra cama, porque eu – ainda que pense ser isso um grande desperdício – preciso dormir.
Aqui vai uma página nova do álbum de Scrapbook Digital do Nicholas. Chama-se Gift e ele continua sendo meu presente maior de todos os dias!