Wednesday, February 14, 2007

Saudades de casa

Sentir saudades de casa não é nenhuma novidade.
Ainda que aqui seja casa, casa vai ser sempre o lugar onde eu vivi por tantos anos.
Há dias em que o turbilhão das atribuições de sempre fazem com que sobre pouco tempo pra sentir saudade. A saudade fica assim meio apertada entre a hora disso e a hora daquilo e o ruído da vida faz com que ela se fluidifique e fique menos perceptível.
Há, contudo, dias de infinito silêncio e é nesses dias que a saudade grita.
A saudade é uma dor maldita. Ela machuca fundo e o pior é saber que ela vai sempre estar ali, imbatível. Ainda que se esconda ou se mascare na correria dos dias, ela impõe sua presença e nos avisa, sem perdão, que não vai embora, não.
Há horas em que todos os que estão à volta têm caras estranhas, falam um idioma estranho, comem comidas estranhas, pensam pensamentos estranhos. Não são necessariamente desconhecidos, mas não trazem consigo a etiqueta "casa".
Hoje estou com saudades de casa. Saudades de não sentir saudade.
Saudade de gente, da minha gente, da minha casa, do meu mundo.
Ainda que ele seja um Rio de Janeiro aos pedaços.

Saturday, February 03, 2007

Dorme, meu menino!

Dorme a cidade
Resta um coração
Misterioso
Faz uma ilusão
Soletra um verso
Lavra a melodia
Singelamente
Dolorosamente
Doce a música
Silenciosa
Larga o meu peito
Solta-se no espaço
Faz-se a certeza
Minha canção
Réstia de luz onde
Dorme o meu irmão


Minha canção, de Chico Buarque

Uma pessoa especial



Sexta-feira, dia 2, além de ser o 150º aniversário da Saint Bernard's Catholic School, era também o dia da Pessoa Especial, onde as crianças deveriam convidar um adulto querido para visitar a escola e celebrar a data importante.

A primeira pessoa que veio à cabeça do Nicholas foi o pai, que não poderia comparecer porque não havia tido antecedência suficiente para avisar no escritório que precisaria faltar.

Foi então que ele olhou pra mim e disse:

- A Vovó Nena não pode vir, né, mamãe?

O coração nessa hora aperta. É quando a gente deseja que num piscar de olhos as pessoas que a gente ama estejam ao alcance de um abraço, algo que telefonema nenhum resolve, nem Skype, nem MSN...

Mas, como tudo tem seu lado positivo, o que mais me orgulha é que a distância e o tempo não diminuem a ligação dele com os meus pais, o que me tranqüiliza e me deixa feliz. Afinal, fazer parte do clã dos Portella não é qualquer coisa, certo? E que o Nicholas é um Portellinha sem tirar nem pôr isso a gente também já sabe!

O pijama do Homem Aranha

Não sei a quem este menino puxou... só sei que ele vive cercado por papéis e canetinhas, crayons e pastéis. Vira e mexe sai um desenho, um projeto, uma idéia se concretiza no papel.
Estamos em clima de Homem Aranha. Só estamos neste envolvimento todo com o tal do super-herói por conta do trailler do próximo filme. Bastou isso e virou febre.
Até o tema do aniversário que vem aí será Homem Aranha.
Este que vocês vêem no desenho é o próprio autor e seu insubstituível pijama de Spider Man!

Thursday, February 01, 2007

A metade de oito

Da curiosidade do Nicholas a respeito das letras e das palavras todo mundo já sabe. A novidade agora é a descoberta da Matemática, em adições, subtrações, geometria e coisas assim.
Brincando a gente vai revelando e construindo conceitos, vai experimentando.
Enquanto se espera por uma mesa em um restaurante a gente conta as pessoas, calcula o tempo e assim a coisa vai.
Outro dia, brincando de dividir, contávamos e conferíamos os resultados.
Chegamos então à metade de oito. Perguntei a ele o que aconteceria se a gente dividisse 8 ao meio.
Ele pensou, pensou, pensou... eu ajudei com os dedos.
Mostrei o total e separei as mãos pra mostrar 4 de cada lado.
Ele então, só pra variar, recusou-se a aceitar a resposta DADA e veio com a sua própria solução:
- Mamãe, se a gente cortar o 8 ao meio, fica um 3 de cada lado!
É... visualmente faz sentido!

:)